Há algum tempo (muito tempo) tive a chance de ler uma fanfic Ronald/Hermione baseada na obra de Zusak, o que eu sabia? Bom, ele é autor do bestseller "A menina que roubava livros" e como uma admiradora de sua escrita, topei o desafio. Não tive arrependimento algum, afinal, era a união do útil ao agradável: um shipper que eu absolutamente amo junto de um roteiro surpreendente. Determinado dia, o encontrei na Estante Virtual e foi ai que me entreguei às páginas da obra se Zusak novamente.
Sinopse:
Ed Kennedy leva uma vida medíocre, sem arroubos. Trabalha, joga cartas com cúmplices do tédio, apaixona-se por uma amiga que dorme com todos os vizinhos do subúrbio e divide apartamento com um cão velho. O pai alcoólatra morreu há pouco; a mãe parece desprezá-lo.
Certo dia, ele impede um assalto a banco e é celebrizado pela mídia. O ato heróico tem conseqüência. Logo depois, Ed recebe enigmáticas cartas de baralho pelo correio: uma seqüência de ases de ouros, paus, espadas, copas, cada qual contendo uma série de endereços ou charadas a serem decifradas. Após certa hesitação, rende-se ao desafio. Misteriosamente levado ao encontro de pessoas em dificuldades, devassa dramas íntimos que podem ser resolvidos por ele. Uma mulher é estuprada diariamente pelo marido, enquanto uma senhora de 82 anos afoga-se em solidão, à espera do companheiro, morto há mais de meio século.
A ele parece caber o papel do eleito, do salvador. Convencido disso, segue instruções e se perde entre ficções de estranhos e sua própria, embaçada, realidade. A certa altura pergunta-se: "Eu sou real?" Markus Zusak cria um personagem comovente capaz de confrontar o mistério e, por meio da solidariedade, empreender um épico que o levará ao centro de sua própria existência.
Afinal quem é Ed Kennedy? Um taxista sem futuro, que não cursou a faculdade e mora de aluguel, patético jogador de cartas e uma negação em assuntos do amor. Ed é comum, simples, como qualquer outro ser humano, olhá-lo é perceber nossa vida insegura, falível e errônea, é perceber que todos nós somos e temos um pouco do Ed! Acreditar em seu potencial é dar uma chance a sí mesmo, até porque como segue uma passagem no livro:
" Se um cara como Ed, conseguiu, qualquer pessoa neste mundo pode tentar."
Um vocabulário chulo, cheio de palavrões e coisas fúteis, um cachorro fedorento que é viciado em café, amigos bobos e até meio ridículos, mas necessários, 52 cartas de baralho, 12 mensagens, 4 naipes, 1 coringa: Ed.
A beleza do livro consiste na simplicidade do diálogo e na facilidade com a qual nos identificamos com o personagem, nem que seja por 1 ou 2 páginas de sua indignação, rs. Além disso, cada capítulo é representado por uma carta de baralho, o que torna a leitura mais dinâmica e desperta no leitor uma vontade louca de desvendar logo os mistérios.
Amei e recomendo, embora "A menina que roubava livros" continua sendo meu queridinho deste autor, haha. É uma leitura rápida, simples como disse e nos passa valores e reflexões válidas pela vida inteira.
"Às vezes as pessoas são bonitas. Não pela aparência física. Nem pelo que dizem. Só pelo que são."
Ed Kennedy -